Guindastes e Suas Funções na Engenharia Civil

Integração subterrânea

Robustos e imponentes, os guindastes estão cada vez mais presentes nas obras,
especialmente em prédios comerciais que utilizam estruturas pré-moldadas. Saiba
como tirar o melhor desses equipamentos


A utilização de guindastes na construção civil é cada vez mais comum, principalmente com o advento dos pré-moldados empregados em obras comerciais. No Brasil, essa relação é muito próxima. "Não somos nada sem esses equipamentos", explica Fabio Carvalho, da Pregaia, empresa de pré-moldados para fachadas.


Guindastes são, em geral, usados em obras muito extensas, nas quais a mobilidade com outros equipamentos fica comprometida por causa da distância. Também se pode lançar mão desse expediente para levar materiais que os guinchos não conseguem e cargas que não têm mobilidade.


Existem equipamentos específicos para cada tipo de material: para peças menores, o leque de escolha é bem maior e diminui conforme aumenta o tamanho da carga. "As empresas de pré-moldados já locam ou possuem equipamentos cujo preço de utilização por 10 horas está incluso no orçamento", explica Afonso Hideo Rafaelli, engenheiro de obra da Zarif.


Além de carregarem armações, telas, blocos, elevadores, caixas d'água, máquinas de ar-condicionado, os equipamentos são usados para montagem e desmontagem de gruas, entre outros. O diferencial aqui é o preço: o uso para determinados fins é feito somente quando o maquinário está ocioso. Em outros casos, o custo pode não compensar.

          Obras que empregam pré-moldados leves podem se valer da versatilidade das lanças telescópicas

Preparação
Para a utilização de guindastes, o engenheiro responsável deve tomar alguns cuidados. O primeiro é a escolha da empresa que vai locar os equipamentos. Indicações e pesquisa na internet dão uma boa idéia do know-how e das opções do mercado.

A segunda etapa é a visita no local da obra. Aqui o auxílio de profissionais especializados pode diminuir custos e é imprescindível para assegurar o sucesso no uso do maquinário. "O técnico faz o estudo das condições da obra, pega dados da carga para especificar o equipamento e ainda o tempo necessário de locação das máquinas", explica Nilson Rocha, gerente operacional da Guindastec. O engenheiro deve ter em mãos, com precisão, o peso da carga, a altura da instalação e o raio - o centro de giro até o centro de gravidade da peça.

Para se ter uma idéia da importância dessa visita, o engenheiro Afonso Hideo, responsável pela obra da igreja Deus é Amor, em São Paulo, tinha como desafio preencher um espaço vazio, anteriormente destinado à ventilação com laje. Porém, já tinha as quatro paredes fechadas.

Com o auxílio técnico necessário, a solução foi utilizar um guindaste para içar as peças para dentro da estrutura e outro cuja lança entrava pela janela para levar a laje pré-moldada para o nível superior.

Depois da definição da empresa, é hora de preparar o local para receber os equipamentos. Os principais itens a serem verificados são o solo, o acesso e a rede de alta tensão (veja boxe). Dependendo da obra, é importante o trabalho do sinaleiro, profissional da empresa locadora que auxilia o operador nos movimentos da máquina, utilizando sinais universais.

Segurança
Com todas as providências tomadas, há diminuição drástica de possibilidades de acidente, mas ainda assim o uso de guindastes é sempre arriscado. Por isso, é importante também ficar de olho nas regras básicas de segurança para não haver problemas.

É obrigatório o uso de uniforme e capacete, assim como o isolamento da área, pois o guindaste gira e pode bater com o contrapeso em algo. Também é necessária a presença de um responsável para garantir que ninguém transitará pela área de ação do guindaste enquanto estiver em movimento.

Verificar se as amarrações são adequadas, se as manilhas estão bem dimensionadas e não deixar que a lança passe por cima de nada que possa ser afetado em caso de acidente são outros expedientes que evitam transtornos e desperdícios.

"O respeito à tabela original de carga também é fundamental. O ideal é que o equipamento suspenda entre 75% e 85% da sua capacidade", diz Marcelo Monteiro, gerente de contratos da Guindastes Tatuapé. Nos guindastes modernos, a lança trava caso o peso seja maior do que a capacidade, o que evita acidentes, quebra do material e tombamento da máquina.

Três tipos para agilizar a obra

A Pregaia é a responsável pela fabricação e instalação de pré-moldados na fachada do novo prédio da grife Daslu, na Marginal Pinheiros, em São Paulo. O projeto, feito em um prédio que é parte do esqueleto deixado pela Eletropaulo e vendido há pouco tempo para uma empresa privada, tem 30 mil m2, quatro andares de loja e um estacionamento para 750 carros. Para dar conta dos detalhes sofisticados do projeto arquitetônico da nova Daslu, a Pregaia trabalha com pré-moldados de 3 m, largura variada, espessura de 10 a 12 cm e peso de 3 a 8 t. E utiliza três tipos distintos de guindastes para fixar as peças na fachada do prédio. "Temos três tipos de acesso: corredores complicados e estreitos, áreas largas e tranqüilas para trabalhar e acessos por cima da laje. Por isso, a necessidade de equipamentos diferentes para o projeto", explica Fabio Carvalho, engenheiro de montagem da Pregaia. Cada fornecedor de guindastes estudou as fachadas para disponibilizar a melhor solução.

Para peças esbeltas, a opção foi um equipamento com grande mobilidade. Para peças maiores, maquinário com grande capacidade de içamento e longo alcance. Em um trecho da obra, por exemplo, será necessário levar um guindaste ao prédio vizinho, que tem uma grande área de estacionamento, para içar peças que devem ser encaixadas em um local que, de dentro da própria obra, não pode ser alcançado. Nesse caso, serão utilizados guindastes de alta capacidade, pois a distância é grande. Para entregar a obra dentro do prazo estipulado, a Pregaia vai trabalhar com três frentes e diferentes fornecedores de equipamento. "Para cada detalhe, procuramosos melhores parceiros no mercado", finaliza Carvalho.

Como receber o equipamento na obra

Solo: deve estar compactado e nivelado. Se estiver sem pavimentação, utilizar "rachão". Esse cuidado é imprescindível para evitar que a máquina afunde ou tombe. As locadoras geralmente disponibilizam matacões e dormentes

Acesso à obra: cuide para que a área em que o equipamento vai trabalhar esteja livre. Se o guindaste tiver lança fixa, a área deve ser maior do que no caso de lanças telescópicas. Lembre-se que a hora/máquina de um guindaste é cara: se ele atola ou entala, o resultado é um grande prejuízo

Alta-tensão: há normas estaduais para a utilização de equipamentos perto dos fios de alta-tensão. Nesse item, a segurança é a principal preocupação. O operador está relativamente seguro dentro da máquina, mas as pessoas em volta podem sofrer acidentes sérios. Mantenha sempre uma distância segura e, caso necessário, peça à companhia de energia elétrica local que providencie isolamento. 

Veja, na tabela abaixo, a relação entre voltagem e distância segura:

Tráfego: guindastes são veículos robustos, que ocupam espaço nas vias públicas. Se houver necessidade de utilizar o guindaste na rua, por exemplo, entre em contato com a companhia de tráfego da cidade e peça permissão. Normalmente, obras desse tipo são realizadas nos fins de semana, quando o trânsito é menor. A empresa responsável pela locação geralmente providencia os detalhes, mas nunca é demais checar.

Escola de operadores
Está marcado para o fim de novembro o lançamento do Instituto Brasil/Canadá de treinamento de operadores em guindaste e transporte, um centro de formação para novos profissionais, localizado em Carapicuíba (SP)

A necessidade da criação do centro veio da escassez de mão-de-obra especializada na operação dos guindastes mais modernos. Para se ter uma idéia, os equipamentos hoje contam com computador de bordo e joysticks, semelhantes aos de videogame, para o controle das lanças.

O objetivo é a formação de novos profissionais, que serão avaliados por testes psicológicos antes de ingressar no IBC. "Após identificarmos o perfil do candidato, ele será treinado, qualificado e, posteriormente, enviado ao mercado de trabalho. Após um ano, o profissional volta para uma reciclagem, que levará em conta as áreas que ele realmente necessita de melhora", explica Moisés Siebeneichler, diretor geral do Instituto.

A parceria com o Canadá se deu pelo know-how do país em tecnologias e formação de profissionais que trabalham com guindastes, devido a uma legislação muito rígida em relação ao assunto. O curso do IBC será reconhecido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e a idéia é conseguir parcerias para que os cursos sejam gratuitos.

O Instituto ainda ministrará aulas para usuários dos serviços de guindastes. O objetivo é que esses profissionais - na maioria das vezes engenheiros - possam aprender as técnicas e detalhes de como escolher e trabalhar com os equipamentos, formação que geralmente não se aprende nas faculdades brasileiras.

Fonte: Téchne 94 - janeiro de 2005

Contatos de Guindastes para Alugar ou Comprar :

Argos Guindastes
Santo Antônio da Patrulha - RS
Fone: (51) 3662.3505
Website:  www.argosguindastes.com.br/index.php
comercial@argosguindastes.com.br


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